segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ode ao Mononeuroniano no Reino da Ignorância



Neurino, o solitário, passeava pelas penumbras de um mar de dúvidas e de conhecimentos obscuros. As coisas pareciam ter sido modeladas para confundir aqueles que tentavam pensar sobre elas, ou para agradar aqueles que se deixavam levar pelas ondas daquilo que não se deve pensar, somente viver.

Neurino jamais se contentou com seus semelhantes, que pareciam simplesmente ignorar tudo ao seu redor. Mas sozinho, aparentemente, Neurino nada podia fazer.

Desiludido, angustiado, desolado e sem rumo Neurino decide se jogar em um profundo poço de revoltas e se excluí da sua sociedade. Quando definhava e esperava acabarem suas energias para se desconectar e simplesmente deixar de existir, conhece Sinapsis, um agitador maluco que não se deixava influenciar pela caótica situação social.

Neurino se admira com a força de vontade de Sinapsis e lhe pergunta o que lhe dá forças para lutar e conseguir resultados que melhorem a sociedade, sem se deixar abater pelos obstáculos ou pela cegueira dos outros.

Sinapsis lhe responde: Eu transporto conhecimentos e faço pontes entre as pessoas.

Enquanto isso, no mundo da barbárie, gastarão 20 bilhões com Copa do Mundo e Olimpíadas e não investirão mais quase nada em educação (com qualidade!). Neurino e seus semelhantes morrerão agonizando e Sinapsis não construirá mais pontes. E o mundo da penumbra se tornará claro pois ninguém mais pensará sobre suas incertezas. E toda a sociedade caminhará para o rumo que pensam os governantes achando que tudo esta em harmonia...e padecerá! Será o fim daqueles que sabem que sabem. Iniciar-se-á a era dos que pensam que sabem que sabem e dos que sabem que pensam e fazem os outros pensarem que sabem que sabem.

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