domingo, 22 de novembro de 2009

Incerteza com Certeza




Novamente pus-me a pensar acerca de nossa sociedade. Desta vez fui além das críticas por elas mesmas e busquei alternativas ao modelo em que estamos, baseando-me em outros modelos. Perplexamente observei meus pensamentos embaraçarem-se novamente. Movimentar as engrenagens sociais para que se modifique o modo de vida da sociedade é extremamente complexo e, no mínimo, árduo.

As sociedades que buscam o bem coletivo geralmente exemplificam e explicam muito bem o quesito “por que?” mas pecam no quesito “como?”. Thomas More escreveu “Utopia” no século XVI e acabou por demonstrar uma sociedade muito mais igualitária do que as que existiam em seu tempo e alimentou o pensamento de intelectuais posteriores, entretanto, pouco disse quanto ao modo em que se poderia colocar esta sociedade em funcionamento e sobre como realizar a troca de sistema.

Charles Fourier, talvez um dos primeiros a demonstrar uma saída para a sociedade capitalista moderna, cria os falanstérios e posteriormente surge o cooperativismo. Apesar de terem um sentido de auxílio mútuo e de desenvolvimento e aprimoramento, ambos enfrentaram os mesmos problemas: ganância, descontrole, ausência de cooperação, falta de preparo e de aceitação de uma sociedade mais igualitária, e muitos outros.

Não muito distante do pensamento cooperativista e falansterial (se é que esta palavra existe), deparei-me com o socialismo e o comunismo. O povo no governo, burgueses submetidos as normas dos proletários, sistema de soviets em funcionamento...tudo muito bom!...Entretanto, o povo no governo é facilmente manipulável por ser geralmente ignorante (não no sentido pejorativo da palavra, mas no sentido de ignorar, desconhecer), logo, sempre que um mais inteligente e maléfico tiver oportunidade influenciará as massas na direção do indesejável e o caos estará presente novamente.

E o anarquismo?! Raiz grega: sem governo. Sem governo, somente respeito entre os seres humanos. Mas como graduar o respeito? Como medí-lo e estipulá-lo sem causar mal estar a um ou outro? E se for possível mensurá-lo e estipulá-lo, quem irá fazê-lo? Aquele que criar a medida será aquele que estipulará uma norma que governará aos seres humanos. Uma norma governando é possível em um mundo sem governo, sem nada que me diga os limites de minhas ações?

Os pensadores da polis, do Estado nas épocas em geral, raramente conseguem estabelecer limites e ideais alcançáveis. Ainda que tentem, salvo melhor juízo, não conduzem claramente a sociedade na busca pelos objetivos propostos.

O Capitalismo tornou-se - ou sempre foi – a busca desenfreada maquiavélica (no sentido do Príncipe mesmo, não do senso comum) do capital. Assim sendo, qualquer busca por igualdade é perdida a partir do momento em que os seres humanos objetivam mormente o avanço dos bens e das posses, e não a evolução e o aprimoramento da qualidade de vida de seus semelhantes.

As religiões perdem mais tempo julgando umas as outras, degladiando acerca do melhor deus, das melhores crenças, dos melhores cultos, do que efetivamente fazendo aquilo que pregam em suas escrituras sagradas. Seus líderes, na grande maioria, envergonhariam-se daquilo que fazem hoje de suas palavras e atos.

De modo geral estamos vivendo em um mundo onde quase todos pensam em mudanças de cunho político e social, mas não há quem tenha uma solução clara para os dilemas do século XXI. Estamos como cegos procurando o arco-íris, crentes que iremos achá-lo. Chegará o dia em que trataremos a cegueira antes de procurar as cores.

Será?




Hoje em dia andar nu em um calor de 40 graus é indecência...
Matar por uns trocados, é normal, paciência!
Falar abertamente de amor é vulgaridade...
Contar vantagens de trapaças, popularidade!
Ai, ai...que sentimento estranho de saudade...
Saudade dos tempos que nunca foram, não são...
Talvez nem serão!
Sinto falta dos tempos de liberdade e amor à humanidade...
Mas estou aqui perdido entre a hipocrisia e a maldade...
Soltando pipas na tempestade, o pára-raios da sociedade.

Olímpiadas




Salve, salve povo brasileiro! Que se ergam as taças e que brindemos nos quatro cantos desse país. Gastaremos 15 bilhões em estádios, dormitórios e estrutura para os Jogos Olímpicos. Enquanto isso pessoas morrem nas filas de hospitais, analfabetos multiplicam-se e a ignorância quadruplica-se, pois tudo isso passa em branco e todos celebram a possibilidade de ver um jogador chutando uma bola.
Vibremos com a ignorância, com a estupidez. Governantes novamente encherão os bolsos com verbas públicas aplicadas em obras mal feitas e superfaturadas. Mas o Brasil é o país do futuro... “tá ruim mas ta bão”.
Eu quero um arco e uma flecha. Que a ponta seja banhada em sabedoria e que seja tão fortemente lançada que possa atravessar todos os cérebros humanos brasileiros. Que seja perceptível ao menos a alguns poucos as inverdades pregadas e os problemas escondidos. Que seja pronunciado em alto e bom som o óbvio e que possamos sobreviver às rédeas que conduzem esse povo.

domingo, 26 de julho de 2009

Música?


Gente...devido as mudanças ocorridas no cenário da música brasileira eu sou obrigado a me manifestar. O Funk já é ruim! O pagodão de esquina também! Mas agora, para piorar tudo, aparece o Sertanejo Universitário. O Sertanejo de viola, com poesia, com história, foi substituído por um sertanejo baseado quase que única e exclusivamente nos draminhas de apaixonados abobados. Que saudade do tempo que eu reclamava da música eletrônica...ao menos nessa época eu não precisava ouvir essa diarréia verbal! Por favor, amantes da boa música, uni-vos!

Eu suplico em tom de oração...deixai-me distante de todo o mal dessas músicas. Protegei meus ouvidos. Afastai de mim todo e qualquer populacho sem nexo, melodramático e abestalhado. Fazei com que essas palavras de desespero ecoem pelo universo e que alguém me ouça e faça pairar sobre os terráqueos um pouco de compaixão para com aqueles que gostam de música!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Fênix Utopia



Chegou! Chegou o profeta do passado.
Eu tenho os mesmos sonhos futuristas dos que jazem na memória de alguns (poucos).
O futuro chegou, e dos sonhos daqueles restam as cinzas.
Até as chamas já se apagaram!
Serei eu o fruto iludido de uma cinza já sem brasa?
Eu? Não, não pode ser!
Rápido! Ateiem fogo nessa ilusão. Sem dó!
Que meu corpo seja consumido pelas chamas do conhecimento,
pelo poder da palavra, pela benção da sabedoria.
E que o fogo que me consome se alastre por toda a terra.
Que todos os queimados virem cinzas.
Que das cinzas nada reste além um passado,
De ilusões e realidades obscuras.
Quem sabe então, das cinzas renasça algo de bom...
Afinal, até das fezes as mais belas flores se desenvolvem!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Pútridos Poderes


Hoje eu resolvi chutar o balde! Comprei uma passagem fui direto a Brasília! Em uma atitude Bin Ladeniana tomei controle do avião. Mas terrorismo não me agrada. Pousei milagrosamente em uma estrada do interior de Goiás, levantei voo novamente, rumei ao Congresso Nacional. Atirei o avião naquele prédio fétido, putrefato, asqueroso, nojento (me perdoe Oscar Niemeier pelos meus atos). Era dia de votar aumento dos salários dos deputados e senadores. Casa cheia! Em frações eternas de segundo senti os pedaços de concreto e do aço entrando em minha pele e ao mesmo tempo descansei em paz! O símbolo máximo da ignorância deste povo ruiu comigo. Minha morte, minha sorte...meu sonho. Acordei! Realidade novamente. Vamos lá Micka...tente outra vez!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

E o discurso para as paredes continua...



Imagine-se dentro de seu corpo. Isso mesmo, dentro de seu corpo. Você percebe o mundo de dentro dessa carcaça. Você observa tudo, imagina, pensa, arquiteta conhecimentos, imagina a perfeição. Mas este corpo é a carcaça que te mantém preso entre a realidade e o sonho. A realidade e a perfeição. Cada qual com sua carcaça, cada qual com seu martírio, cada qual com suas percepções, angústias e utopias. A humanidade persegue sonhos, isso é o que possibilita a evolução. Não é mais exclusividade dos seres humanos, mas ao menos nesta habilidade somos os mais desenvolvidos. Entretanto, a humanidade traçou sonhos insustentáveis para o planeta. Agora alguns permanecem em uma busca desenfreada pelos sonhos criados por um sonho de outrora chamado mídia. Os novos sonhos consomem a possibilidade de poder sonhar. Com os sonhos consumistas atuais a sociedade está fadada a selar os olhos permanentemente e esvaecer em uma realidade amedrontadora. Os sonhos passaram à pesadelos. Os pesadelos de hoje são causados pelos sonhos de ontem. Os sonhos de hoje podem permanecer como o último ato da última cena da peça chamada raça humana. Uma realidade sem sombras, que a grande maioria já tem consciência. Que se aproxima e majora-se diante de nossos olhos. Uma realidade que consome a humanidade. Um vício que se sustenta na ganância e na visão distorcida que se criou acerca do progresso. Um erro cuja solução não envolve cálculos complexos como os que criamos para compreender distâncias inter-estelares ou para explicar a história do universo. Uma solução que se encontra na própria natureza dos animais, mas o ser humano se distanciou demais de suas raízes evolutivas para poder compreender: a manutenção do sonho mundo. Os seres humanos conseguiram idealizar nosso planeta. Conseguiram entendê-lo de forma nunca antes possível por qualquer espécie. Mas mesmo entendendo-o de maneira tão formidável, teimam em agredi-lo justamente em seus pontos mais fracos. Tornaram-se o câncer, o HIV do planeta. Fazem questão de jogar açúcar no sangue diabético do mundo; de embriagar nosso mundo ébrio cirrótico. Somos a curetagem do feto Terra; o líquido da injeção letal correndo pelas veias do planeta...nós somos...somos.....éramos..............

sábado, 18 de abril de 2009

Ode aos Assassinos!

Há uma frase que jamais deve ser pronunciada! Ela despertará as forças transcendentais mais malévolas de todo além, e se manifestará na forma humana da maioria dos brasileiros. Cuidado ao dizer “Se eu fosse político eu não roubaria!”. Esta frase desperta a desconfiança, o repúdio.
Ser brasileiro passou a significar, em algum ponto obscuro da história, ser desonesto, ser bandido, ser trapaceiro, ser antiético, ser amoral. Escuta-se um canto ressoar pelos quatro cantos deste ‘maravilhoso’ novo mundo. Um canto sem precedentes, que aparentemente encanta e hipnotiza àqueles que o escutam. Um canto que diz em alto e bom som, aparentemente sem medo de errar, sem qualquer pudor: “Se eu estivesse lá eu também roubaria!”. Agora esqueçam melodia, esqueçam o canto em si. Esta é uma maldição! Uma maldição que consome as mentes dos que ainda lutam por um mundo melhor; que destroi a formação daqueles que ainda nem sabem o que é o mundo ao certo. (nós sabemos?)
Bonito hoje em dia é ganhar dinheiro. Ganhar dinheiro de qualquer forma. Se você precisar pegar verbas públicas isso não será problema, afinal, bom e bonito é ter dinheiro. Não importa se não serão construídas escolas, hospitais, creches, asilos, estradas, postos de saúde. Não importa a falta de remédios, a falta de saneamento básico, a ausência de segurança. O crime organizado que se agigante, o tráfico de drogas que consuma a sociedade, as crianças que morram, que se prostituam. Os pobres que sejam excluídos da sociedade, os policiais que se vendam aos bandidos. Afinal, bonito nesse país é ter dinheiro, não importa de onde venha. Que tenhamos um presidente que participou de guerrilhas, e que sua equipe seja formada por terroristas, afinal, o que importa é o bem estar do corrupto.
Parabéns corruptos! Conseguiram infiltrar nas mentes da população. A revolta não existe mais nesse país. As pessoas entoam com muito gosto que também roubariam se estivessem em seus lugares. Os assassinos de crianças, de idosos, de seres humanos em geral estão sendo o modelo a ser seguido. Desviem verbas, causem mortes e mal estar social, e, ainda assim, sejam aplaudidos. Ode aos assassinos!
Ode aos assassinos, mas não no país dos sem-teto; nem no país dos sem-terra; nem no país dos sem-hospitais; muito menos no país dos sem-escola. Ode aos assassinos no país dos sem ética, dos sem moral, dos sem cérebro! Bem vindo ao Brasil! (e será que o resto do mundo é diferente?!)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Melodramaticidade Exacerbada!



Meu lado (pseudo) poético (a pedidos):

Sentar-me-ei no banco da vida
Da minha vida querida
E esperarei...
Esperarei calmamente
Pois num de repente
No meu paraíso estarei...
Completamente estático
No banco da vida, sonhei
Sonhei que eras tu meu amor,
Minh’alma querida,
Que não me trás dor...
Sonhei que eras tu meu amor,
Finalmente encontrei-te com muito ardor,
Clamando, berrando, cantando
Finalmente alguém me escutou...
Pena que foi só em sonho...
Realidade, cá novamente estou!

Obs.: Sim! Até nos poemas eu não faço finais bonitinhos! xD

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Retrato da mente (demente?)

Conversa da minha mente comigo mesmo. Sem mais delongas. Enjoy!



Baixou o desespero! Para! Para tudo! Caramba! Que lixo é esse? Vou passear pra esfriar a cabeça!
Que é isso ali cara?! Dois nomes pichados em um coração com uma letra ridícula. Bonito para os românticos abobalhados, lixo visual para mim. Um futuro corno alegrando uma futura iludida.
Na outra esquina um débil-mental chutando um cachorro...pouco mais a frente outro retardado maltratando um gato. Infelizmente nenhum deles é mordido nem arranhado. E ainda temos a audácia de nos chamarmos “seres humanos”.
Depois de uma ou duas ruas eu já não tenho mais dedos para contar os mortos. Chega de andar também! Não da mais nem pra andar carambaaaaa! Vou assistir TV...
Na TV passou um caso de uma menina violentada pelo próprio pai. Troca o canal! Troca o canal logo!!! Ufa! Melhorou. “E as principais reportagens do dia: seqüestro no quinto dos infernos. Em seguida: Morte e tortura na pqp. Logo após: Galã de novela assume que é broxa! E ao final: Qual a melhor fantasia do carnaval?”
DEVEM ESTAR QUERENDO ME ENLOUQUECER! SÓ PODEM ESTAR QUERENDO ME ENLOUQUECER! DESLIGA ESSA PORCARIA NOJENTA!
Música! Música é minha salvação! Pega o rádio Micka. PEGA O RÁDIO SEU LERDO INÚTIL! Aumenta o volume antes de ligar para o som já sair balançando o tímpano! (ligando...o suspense...a espera pela música...e então.....): TÔ FICANDO ATOLADINHA, TÔ FICANDO ATOLADINHA....
(choro desesperado psicótico!...um momento, por favor!)
TROCA A ESTAÇÃO MICKA! TROCA A ESTAÇÃO!!!!!!!!!!!
Meu Deuuus! Eu morri cai no inferno e não percebi ainda? Ou será que eu reencarnei nessa vida? Será que foi só pra pagar pecados? Eu fui Judas e não sabia?
Onde estão os seres humanos? Repito: Onde estão os seres humanos??? Alô, alô imbecil, terra chamando! Ninguém responde! NINGUÉM RESPONDE!!!
Será que alguém poderia me acordar? Ou será que tem um remédio contra pesadelos? Será que eu sou humano? Vai ver cai no planeta errado de alguma nave desconhecida. Seus extraterrestres filhos da P. Me jogaram no planeta erradoooooooooo! Será que na próxima podiam me jogar pelo menos na nádega do universo e não no .... !?

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Se...

Se sentíssemos dor a cada ato desprezível da humanidade, ou nos tornaríamos masoquistas ou enlouqueceríamos. Se caísse uma lágrima do olho de cada ser humano cada vez que uma injustiça fosse cometida, viraríamos peixes ou morreríamos afogados! Se fizéssemos algo eu não precisaria escrever minha angústias e meus pensamentos. Se melhorássemos o mundo, se mudássemos, eu não me desesperaria. Se aprendêssemos com o passado e agíssemos no presente nos restaria futuro. Se ninguém soubesse eu falaria...mas todos sabem! Se todos sabem e nada fazem, quando não restar nada a ser feito todos saberão fazer aquilo que não se pode mais fazer...
Saboreiem o nosso declínio. Aproveitem nossa auto-destruição. O ácido que corroi a humanidade é o elixir do atual conceito de “progresso”. Mais uma raça que passa neste planeta. Mais um passo da evolução. Que o Planeta se livre de seu câncer chamado ser humano, cujas metástases se manifestam por todo o corpo terrestre!

Saudoso pessimismo exacerbado (ou não!)

Lindo dia de sol, brisa suave, clima ameno. Hoje (sim, é o dia de hoje!). Alguns me chamam de profeta do azar, catastrófico, pessimista...devo ser tudo isso e mais um pouco. Apesar de toda a poesia do dia eu só consegui pensar que os raios de sol de hoje queimam muito mais minha pele que aqueles de algumas décadas atrás, que o vento de hoje será o furacão de amanhã; que o clima ameno é o prelúdio da tempestade de neve de um futuro não muito distante.
Quinta-feira levei minha irmã na missa. Eu resolvi não entrar e fiquei vagando pelo cemitério. A noite, a calmaria do lugar, uma suave brisa e uns relâmpagos de fundo me fizeram sentir muito bem (por incrível que pareça. Eu sei que você deve achar isso bizarro.). Novamente parei para pensar. Cada uma daquelas covas resume bem o nosso último ato na Terra: A morte. Que todo mundo morre não há dúvidas. O que me faz ficar muito irritado é que as pessoas continuam estragando o mundo porque “vão morrer de qualquer jeito”. No dia que eu morrer - se me restar consciência - eu quero estar deitado em minha cova (ou dentro de meu potinho de cinzas, ou em qualquer outro lugar) sem precisar passar a eternidade sabendo que eu fui o responsável pelo caos e pela desgraça de inúmeras outras vidas.
E, diante de todos os estudos e todas as tentativas quase desesperadas de demonstrar a necessidade de cuidarmos de nosso planeta, ainda assim aparecem alguns ignorantes que defendem que a ideia de que nosso planeta está caminhando (ou já esta) para a beira do caos é infundada. E a população, pelo conformismo e por sua comodidade, prefere acreditar no otimismo irracional. É o fracasso dos fatos e das constatações científicas pelos paradigmas insanos dos palpiteiros.
Estamos na fase da crítica irracional por ela mesma, sem fundamento e ignorante em suas raízes mais “profundas”!
Sim, eu sou um Eco-chato!

sábado, 4 de abril de 2009

Encontro do antiético e do honesto em um futuro próximo

(Só o honesto fala. O antiético “não sabe de nada” ou “não tem nada a ver com isso”)

Hahahaha! Eu quero rir da tua cara! Há muitos e muitos anos os cientistas alertam para os problemas que estamos criando no meio ambiente. Ninguém da ouvidos. Por isso, quando tu estiveres desesperado atrás de um copo de água, atrás de um pouco de comida, quando tudo a tua volta estiver morto, os animais tiverem partido, as plantas secado...eu vou estar com minha consciência tranquila, e eu vou rir da tua cara!

Eu quero estar sendo sugado no meio de uma tormenta para o centro de um furacão, voar pelos ares do teu lado só para ver tua cara de “eu poderia ter ajudado a mudar o mundo pra melhor” ou “parte disso é minha culpa”. Eu quero ser arremessado pelos ares e passar por ti, pra rir da tua cara!

Quando algum político (também antiético) anunciar a quebra mundial da economia e o início do grande caos monetário eu quero estar do teu lado, pra rir da tua cara!

Quando tu veres algum ente querido teu ser morto por uma bala perdida do tráfico ou de um policial mal treinado, eu também posso estar baleado, mas eu vou rir da tua cara!

E não se engane, se nada disso acontecer logo logo envelheceremos, e não serão mais os velhinhos que morrerão nas filas de hospitais ou nos asilos (depósitos de velhos)...seremos nós! Eu quero estar ali por perto pois, eu vou rir da tua cara!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Gente

Bem vindos ao mundo sem ideologia, sem moral, sem ética. Eu vivo nele. E pra piorar vivo num território onde tudo isso se majora: eu sou um brasileiro! Nasci numa pátria que só se reconhece em dia de futebol, carnaval ou no capítulo final de uma novela qualquer. Eu sou filho da pátria que idolatra àqueles que tem habilidades. Mas não quaisquer habilidades. Para você ser reconhecido neste país você tem que correr desesperadamente atrás de uma bola, balançar seu corpo freneticamente pelado ou seminu ou observar atentamente e intensamente conectado uma história melodramática na sua TV, que sempre começa e termina da mesma forma.Voltando a falar do mundo. Neste planeta se você pensa, é um nerd. Se você critica, incomoda. Se você estuda, não sabe curtir a vida. Se você é um ambientalista defensor dos direitos dos seres vivos, você é um eco-chato. Se você quer melhorar o mundo, provavelmente corre o risco de ser excluído da sociedade, afinal, como vamos viver sem comprar o que “está na moda, brow?!”. Aqui ler um livro é tortura, escutar boa música somente demonstra o quanto você é antiquado e “não consegue curtir as novas tendências”. Hoje em dia o legal é observar riscos sem sentido em uma tela, que até mesmo uma pessoa com deficiência mental consegue fazer...porque retratar com perfeição não é “style”.Nesse mundo as pessoas julgam as ideias das outras (sim, ainda existem algumas que pensam ou tentam pensar), julgam as crenças, os atos, a vida em geral e, raramente conseguem enxergar a podridão que constroi suas míseras existências. Deparamo-nos com pedófilos, estupradores, assassinos, ladrões, serial killers, etc. nas capas de jornais, revistas e nos noticiários. O vencedor do Big Brother é notícia nacional. A mais siliconada das passarelas de samba vai mostrar os peitos nos quatro cantos do país (mulher nos dias de hoje deve ser feita pra ver. Não vejo nenhum fanático por televisão saindo com uma Mrs. Tudomuitogrande. Além do mais, sinto muito, mas não quero nenhuma mulher-objeto para mim, obrigado!). O jogador que fez um gol tem seu espaço. O artista drogado é só mais um coitado. Mas o cientista que descobriu a cura de uma doença vai morrer no anonimato. Aquele que pensa e faz em prol da sociedade é o “coitado utópico” que sonha em melhorar o mundo...o mesmo mundo que os ignorantes mantém pútrido, fétido, imundo, sob uma penumbra de maldade.Sabe...chego à conclusão infeliz de que tudo o que eu não quero é fazer parte disto. E se fazer parte disto me torna um ser humano...tudo o que eu quero é não ser um!

Muito prazer, me chamo ser humano!

Hoje tive meu momento melancólico. Eu parei para pensar no meu passado, nos meus parentes. Salve, salve irmãos aborígenes australianos. Como vão meus irmãos negros africanos? Tudo certo com vocês suecos, suíços, espanhois, alemães, ucranianos? E como vão os norte-americanos? Samis, tutsis, guaranis, etíopes, russos, canadenses e angolanos?Parei para pensar também nos parentes distantes. Lembrei de meus primos saguis, gorilas, chimpanzés e macacos. Saudades dos tempos de brincadeiras nas árvores, dos momentos de trocas de cuidados pessoais, uns matando os piolhos dos outros, arrancando carrapatos, cuidando dos filhotes.Pensei um pouco mais e consegui me lembrar dos primos de segundo, terceiro, quarto grau. Quantos parentes diferentes. Leões, rinocerontes, hienas, mamutes, tigres dente-de-sabre, vacas, bisões, ornitorrincos, alces, e tantos outros.Antes destes, a lembrança meio apagada dos répteis, peixes pulmonados e organismos aquáticos. E, por fim, a minha parente mais antiga. Meu querido ser unicelular, que alguns costumam chamar de ameba inicial.Eu vivo nesse mundo repleto de seres. Entretanto, eu, o ser humano, costumo fingir que não faço parte desse sistema. Eu me coloco como superior aos outros seres vivos. Eu tenho a ideia estúpida de que eu sou melhor. Tenho vivido elencando razões para me considerar melhor que os outros seres, sem quase nunca me dar conta de que sou tão insignificante ou tão maravilhoso quanto os demais seres vivos. Se tenho alma os outros seres vivos também tem! Deus, qualquer um dos vários existentes, não poderia ter sido tão cruel a ponto de dar alma somente para a pior criatura terrestre. O ser humano é a única que destroi o meio onde vive, a única que mata por prazer, a única que mata, inclusive, em nome de seus deuses.Então, venho pedir-lhe ajuda. Por favor, eu me construo por meio de seus atos e pensamentos. Ajude-me a voltar a ser um ser vivo como outro qualquer e me deixe respeitar os demais. Que os deuses estejam do seu lado!

Eu quero...

Eu quero poder ir até na capital deste pedaço de mundo perdido e me jogar na podridão política deste país. Como uma bomba me explodir em meio ao lixo humano que nos governa. Libertar as amarras da população. Em todo lugar que respirar um político desonesto eu quero ser veneno no ar para invadir os seus pulmões. Quero passar pela corrente sanguínea do amoral, surfando ondas de veneno por onde estiver. Que o tom ácido de meu discurso corroa a mente de quem o ler ou escutar. Que eu seja o vírus no sistema imunológico do antiético. Que eu seja o câncer de qualquer pensamento que prejudique a sociedade.Que eu seja o mau, se os "bons" continuarem sendo do jeito que são!