quarta-feira, 11 de abril de 2012

(In)Certezas



Aqueles que se acham certos daquilo que pensam só podem esperar, mais cedo ou mais tarde, questionar suas certezas...ou podem permanecer na ignorância, ainda que exista a possibilidade daquilo que pensam estar certo. Um mundo sem dúvidas é um mundo onde as respostas nos chegam prontas. E, onde não se pensa para buscar respostas, respostas são criadas para que não precisemos pensar. Respostas que não estão necessariamente corretas, melhor dizendo, raramente estão corretas...pois foram criadas pelos mesmos que não tiveram capacidade de duvidar de suas próprias certezas.

segunda-feira, 19 de março de 2012



E será, será que realmente há, quem possa dizer com certeza, que as certezas que dizemos certas realmente são? E será, será que de certas tem elas algo além de certas certezas criadas por incertos saberes? Certamente, não sei!

Só acho que aqueles que se julgam detentores do saber são mais ignorantes que aqueles que nada sabem e não dizem saber algo. Aqueles que dizem que sabem sem fundamento coerente e com pretensão de verdade, além de não saber, poluem o mundo com conhecimentos sem fundamento e espalham o seu 'fedor' intelectual com o disfarce da "verdade". E, geralmente, são justamente esses os mais ouvidos e seguidos. Uma grande reverência para o silêncio, que, em alguns casos, merece todo meu respeito.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ode ao Mononeuroniano no Reino da Ignorância



Neurino, o solitário, passeava pelas penumbras de um mar de dúvidas e de conhecimentos obscuros. As coisas pareciam ter sido modeladas para confundir aqueles que tentavam pensar sobre elas, ou para agradar aqueles que se deixavam levar pelas ondas daquilo que não se deve pensar, somente viver.

Neurino jamais se contentou com seus semelhantes, que pareciam simplesmente ignorar tudo ao seu redor. Mas sozinho, aparentemente, Neurino nada podia fazer.

Desiludido, angustiado, desolado e sem rumo Neurino decide se jogar em um profundo poço de revoltas e se excluí da sua sociedade. Quando definhava e esperava acabarem suas energias para se desconectar e simplesmente deixar de existir, conhece Sinapsis, um agitador maluco que não se deixava influenciar pela caótica situação social.

Neurino se admira com a força de vontade de Sinapsis e lhe pergunta o que lhe dá forças para lutar e conseguir resultados que melhorem a sociedade, sem se deixar abater pelos obstáculos ou pela cegueira dos outros.

Sinapsis lhe responde: Eu transporto conhecimentos e faço pontes entre as pessoas.

Enquanto isso, no mundo da barbárie, gastarão 20 bilhões com Copa do Mundo e Olimpíadas e não investirão mais quase nada em educação (com qualidade!). Neurino e seus semelhantes morrerão agonizando e Sinapsis não construirá mais pontes. E o mundo da penumbra se tornará claro pois ninguém mais pensará sobre suas incertezas. E toda a sociedade caminhará para o rumo que pensam os governantes achando que tudo esta em harmonia...e padecerá! Será o fim daqueles que sabem que sabem. Iniciar-se-á a era dos que pensam que sabem que sabem e dos que sabem que pensam e fazem os outros pensarem que sabem que sabem.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Proporções


Constatações simples:

Aprovado aumento de 61,83% nos salários dos parlamentares, de 133,96% no valor do vencimento do presidente da República e de 148,63% no salário do vice-presidente e dos ministros de Estado.

Sem contar nos altos valores que serão desviados pelos "companheiros" da alta cúpula dos PTralhas e cia. limitada.

Já o salário mínimo, que atualmente é de R$510,00, terá um reajuste ridículo de 5,08%, ou seja, passará para R$538,15. Parabéns brasileiro. Você esta passando fome, sede, esta sem saúde e educação dignas...mas fica tranquilo, com "trinta pila" a mais na carteira tudo vai mudar. Afinal, agora os políticos tem mais dinheiro pra gastar comprando sua honra com cestas básicas, não é mesmo seu infeliz, imundo, vendido e imoral?! (Serviu? Calça!)

E quando eu digo que eu gostaria de jogar uma bomba no Congresso Nacional ainda dizem que eu estou louco. Pior ainda, corro o risco de ser censurado ainda desabafando desse jeito. As milhares de mortes pela desonestidade desses parasitas ninguém comenta. No mínimo, eu tenho muito nojo e muita raiva desse cenário político ridículo. Todo mundo vê, todo mundo sofre mas ninguém se manifesta. Triste realidade...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dois Mil e Triste


É triste ver um povo fechar os olhos depois de tantos mensalinhos e mensalões. É triste ver o povo acreditar em um governante que disse que não sabia de nada. É triste ver as mentiras sendo jogadas na mídia, que agora se esforça em bajular ao máximo a candidata eleita. Falando nela, é triste ver que nossa atual governante maior é ex-assaltante, terrorista e sabe-se lá o que mais. É triste eu estar pensando que posso vir a sofrer alguma censura, depois de ter nascido uns anos atrasado e ter conseguido, assim, escapar dos anos de chumbo da ditadura. Mais triste ainda é saber que o período de eclipse de nossa república democrática pode ser bem maior do que os próximos quatro anos. Mas prometo não me calar e lutar pelo mundo ideal, ainda que o real esteja muito distante dele. Que o peso sábio do verbo de poucos que ainda pensam caia sobre esta sociedade autômata, inconsciente e inconsequente.

domingo, 22 de novembro de 2009

Incerteza com Certeza




Novamente pus-me a pensar acerca de nossa sociedade. Desta vez fui além das críticas por elas mesmas e busquei alternativas ao modelo em que estamos, baseando-me em outros modelos. Perplexamente observei meus pensamentos embaraçarem-se novamente. Movimentar as engrenagens sociais para que se modifique o modo de vida da sociedade é extremamente complexo e, no mínimo, árduo.

As sociedades que buscam o bem coletivo geralmente exemplificam e explicam muito bem o quesito “por que?” mas pecam no quesito “como?”. Thomas More escreveu “Utopia” no século XVI e acabou por demonstrar uma sociedade muito mais igualitária do que as que existiam em seu tempo e alimentou o pensamento de intelectuais posteriores, entretanto, pouco disse quanto ao modo em que se poderia colocar esta sociedade em funcionamento e sobre como realizar a troca de sistema.

Charles Fourier, talvez um dos primeiros a demonstrar uma saída para a sociedade capitalista moderna, cria os falanstérios e posteriormente surge o cooperativismo. Apesar de terem um sentido de auxílio mútuo e de desenvolvimento e aprimoramento, ambos enfrentaram os mesmos problemas: ganância, descontrole, ausência de cooperação, falta de preparo e de aceitação de uma sociedade mais igualitária, e muitos outros.

Não muito distante do pensamento cooperativista e falansterial (se é que esta palavra existe), deparei-me com o socialismo e o comunismo. O povo no governo, burgueses submetidos as normas dos proletários, sistema de soviets em funcionamento...tudo muito bom!...Entretanto, o povo no governo é facilmente manipulável por ser geralmente ignorante (não no sentido pejorativo da palavra, mas no sentido de ignorar, desconhecer), logo, sempre que um mais inteligente e maléfico tiver oportunidade influenciará as massas na direção do indesejável e o caos estará presente novamente.

E o anarquismo?! Raiz grega: sem governo. Sem governo, somente respeito entre os seres humanos. Mas como graduar o respeito? Como medí-lo e estipulá-lo sem causar mal estar a um ou outro? E se for possível mensurá-lo e estipulá-lo, quem irá fazê-lo? Aquele que criar a medida será aquele que estipulará uma norma que governará aos seres humanos. Uma norma governando é possível em um mundo sem governo, sem nada que me diga os limites de minhas ações?

Os pensadores da polis, do Estado nas épocas em geral, raramente conseguem estabelecer limites e ideais alcançáveis. Ainda que tentem, salvo melhor juízo, não conduzem claramente a sociedade na busca pelos objetivos propostos.

O Capitalismo tornou-se - ou sempre foi – a busca desenfreada maquiavélica (no sentido do Príncipe mesmo, não do senso comum) do capital. Assim sendo, qualquer busca por igualdade é perdida a partir do momento em que os seres humanos objetivam mormente o avanço dos bens e das posses, e não a evolução e o aprimoramento da qualidade de vida de seus semelhantes.

As religiões perdem mais tempo julgando umas as outras, degladiando acerca do melhor deus, das melhores crenças, dos melhores cultos, do que efetivamente fazendo aquilo que pregam em suas escrituras sagradas. Seus líderes, na grande maioria, envergonhariam-se daquilo que fazem hoje de suas palavras e atos.

De modo geral estamos vivendo em um mundo onde quase todos pensam em mudanças de cunho político e social, mas não há quem tenha uma solução clara para os dilemas do século XXI. Estamos como cegos procurando o arco-íris, crentes que iremos achá-lo. Chegará o dia em que trataremos a cegueira antes de procurar as cores.

Será?




Hoje em dia andar nu em um calor de 40 graus é indecência...
Matar por uns trocados, é normal, paciência!
Falar abertamente de amor é vulgaridade...
Contar vantagens de trapaças, popularidade!
Ai, ai...que sentimento estranho de saudade...
Saudade dos tempos que nunca foram, não são...
Talvez nem serão!
Sinto falta dos tempos de liberdade e amor à humanidade...
Mas estou aqui perdido entre a hipocrisia e a maldade...
Soltando pipas na tempestade, o pára-raios da sociedade.