segunda-feira, 20 de abril de 2009

E o discurso para as paredes continua...



Imagine-se dentro de seu corpo. Isso mesmo, dentro de seu corpo. Você percebe o mundo de dentro dessa carcaça. Você observa tudo, imagina, pensa, arquiteta conhecimentos, imagina a perfeição. Mas este corpo é a carcaça que te mantém preso entre a realidade e o sonho. A realidade e a perfeição. Cada qual com sua carcaça, cada qual com seu martírio, cada qual com suas percepções, angústias e utopias. A humanidade persegue sonhos, isso é o que possibilita a evolução. Não é mais exclusividade dos seres humanos, mas ao menos nesta habilidade somos os mais desenvolvidos. Entretanto, a humanidade traçou sonhos insustentáveis para o planeta. Agora alguns permanecem em uma busca desenfreada pelos sonhos criados por um sonho de outrora chamado mídia. Os novos sonhos consomem a possibilidade de poder sonhar. Com os sonhos consumistas atuais a sociedade está fadada a selar os olhos permanentemente e esvaecer em uma realidade amedrontadora. Os sonhos passaram à pesadelos. Os pesadelos de hoje são causados pelos sonhos de ontem. Os sonhos de hoje podem permanecer como o último ato da última cena da peça chamada raça humana. Uma realidade sem sombras, que a grande maioria já tem consciência. Que se aproxima e majora-se diante de nossos olhos. Uma realidade que consome a humanidade. Um vício que se sustenta na ganância e na visão distorcida que se criou acerca do progresso. Um erro cuja solução não envolve cálculos complexos como os que criamos para compreender distâncias inter-estelares ou para explicar a história do universo. Uma solução que se encontra na própria natureza dos animais, mas o ser humano se distanciou demais de suas raízes evolutivas para poder compreender: a manutenção do sonho mundo. Os seres humanos conseguiram idealizar nosso planeta. Conseguiram entendê-lo de forma nunca antes possível por qualquer espécie. Mas mesmo entendendo-o de maneira tão formidável, teimam em agredi-lo justamente em seus pontos mais fracos. Tornaram-se o câncer, o HIV do planeta. Fazem questão de jogar açúcar no sangue diabético do mundo; de embriagar nosso mundo ébrio cirrótico. Somos a curetagem do feto Terra; o líquido da injeção letal correndo pelas veias do planeta...nós somos...somos.....éramos..............

Um comentário:

  1. Meu pensador! Parabéns!
    Não dá prá sugerir alguma coisa para evitar a catástrofe?
    "Da lama resta (DEVERIA RESTAR) uma esperança!"
    BEIJÃO DO PAI.

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